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A justiça social e a política de inclusão
Colunista

A justiça social e a política de inclusão

A desigualdade social é incompatível com a excelência de uma justiça social séria e consistente. Onde impera qualquer tipo de desigualdade a inclusão será inexistente. Será impossível "aliançar" a democracia com um alto sentido de justiça social se não houver uma inclusão real. Devo salientar, que a inclusão não é e nem deve ser uma filantropia. Deve sim, representar uma amplitude de ações concretas e jamais fragmentos ou partículas. A inclusão é um somatório estrutural e não conjuntural. E a justiça social é um dos principais fundamentos na construção de uma sociedade saudável e feliz.

A teologia social é um dos braços importantes de uma justiça social real e pujante. Significa que o olhar que se tem da sociedade e da cosmovisão social, deve formar essa plataforma construtiva e essencialmente transformacional.

Todo o escopo de uma "economia holística" deve manter-se nesta visão, cujo alcance vai além do razoável ou conformista. Quando a justiça social faz parte da economia central e holística, os fundamentos são outros e certamente não existirão efeitos negativos endógenos.

A justiça social não pode ser vista como uma ação circunstancial ou meramente "politicamente implementada". Ela não se encaixa num princípio transitório ou da mera ação secundária. Por representar a esfera do humanismo moral e ético de essencial fundamento, deve ser vista como o princípio presente e transcendental quanto transversal.

Não deve haver nenhuma incompatibilidade entre a democracia real e a justiça social.

A discrepância nesta matéria não deve ser vista como um mero acaso. Pois, desta forma seria inconsistente em matéria moral e ético. Não existe justiça social sem a roupagem de uma inclusão robusta.

Aliás, um dos fundamentos na efetivação legítima da justiça social, é a inclusão. Está claro que a inclusão não é uma ação paliativa e razoável. É uma ação que demanda uma envolvência profunda dos instrumentos que possibilitam mudanças e desenvolvimento da pessoa humana no sentido pleno. Não é um instrumento político-partidário, pois se assim fosse, constituiria uma mera miragem da realidade por trás de uma essência profundamente ampla. Toda a esfera dos instrumentos político-social, deve refletir uma visão holística económica, que abrange um alto sentido de propósito e definições claras e específicas.  Onde as diferenças não são respeitadas e a igualdade de oportunidade são rejeitadas, a justiça social será apenas um eufemismo.

Ela representa um braço extensivo de uma democracia firme e estável. Aliás, qualquer democracia forte e consistente, precisa estar sob o crivo de uma justiça social ampla e imparcial. A solidariedade real, é um dos aspetos relevantes e que deve refletir nesse âmbito. A amplitude dessa importante temática abarca um conjunto de paradigmas, que dão sentido á existência, fortalecendo o âmago de todos as linhas comportamentais e sociais.

A desigualdade social é incompatível com a excelência de uma justiça social séria e consistente. Onde impera qualquer tipo de desigualdade a inclusão será inexistente. Será impossível "aliançar" a democracia com um alto sentido de justiça social se não houver uma inclusão real. Devo salientar, que a inclusão não é e nem deve ser uma filantropia.

Deve sim, representar uma amplitude de ações concretas e jamais fragmentos ou partículas. A inclusão é um somatório estrutural e não conjuntural. E a justiça social é um dos principais fundamentos na construção de uma sociedade saudável e feliz.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine