• Praia
  • 29℃ Praia, Cabo Verde
Governo recusa vir a negociar com Reino Unido acolhimento de migrantes africanos ilegais
Política

Governo recusa vir a negociar com Reino Unido acolhimento de migrantes africanos ilegais

Executivo cabo-verdiano nega existir qualquer possibilidade de Cabo Verde negociar com o Reino Unido o acolhimento de migrantes africanos ilegais que o país europeu quer deportar.

Num curto comunicado emitido esta tarde, 16, o Governo garante que o assunto nunca foi abirdado e que “não aceita encetar qualquer negociação nesse sentido”, diz a nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

É um absoluto não a uma hipotética possibilidade de Cabo Verde vir a acolher migrantes africanos ilegais que o Reino Unido deporta com frequência. A notícia de que Cabo Verde estaria na lista de países seleccionados pelo governo britânico para tentar um acordo nesse domínio foi avançada ontem, 15, pelo The Times e pela BBC, sendo retomada pela RFI e por Santiago Magazine.

De acordo com esses órgãos de imprensa internacional, Angola e Cabo Verde estariam numa lista de países que o Governo britânico admite abordar para receberem imigrantes ilegais do Reino Unido, tal como negociou com o Ruanda.

Segundo o The Times, Londres está actualmente a negociar com Costa do Marfim, Botsuana, Costa Rica e Arménia como alternativa ao Ruanda, que aceitou receber centenas de requerentes de asilo nos próximos cinco anos em troca de cerca de 400 milhões de libras, quase 500 milhões de euros. Porque o Ruanda, apesar de aparecer como um dos países mais estáveis ​​de África,  é visto por vários grupos de direitos humanos como um país onde o Presidente Paul Kagame governa num clima de medo, sufocando a dissidência e a liberdade de expressão.

Por isso, referiram o The Times e a BBC, o Governo britânico estaria também a explorar outras opções, e Cabo Verde, assim como Angola, estão nesta lista, juntamente com Senegal, Tanzânia, Togo e Serra Leoa. Oficialmente, o Governo britânico não adiantou nenhuma informação a respeito. 

A falta de meios e estruturas locais, escassas relações diplomáticas e potencial oposição da opinião pública são alguns obstáculos identificados. A Guiné-Bissau foi rejeitada devido à instabilidade política. Marrocos, Tunísia, Namíbia e a Gâmbia terão rejeitado explicitamente negociações sobre esta matéria.

Agora é Cabo Verde, antecipando uma eventual proposta britânica, que oficialmente recusa “encetar qualquer negociaçã” com o Reino Unido nesse sentido.

 

Partilhe esta notícia