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Cabo Verde tem de investir 634 milhões de euros em 20 anos para fazer face à demanda de água
Economia

Cabo Verde tem de investir 634 milhões de euros em 20 anos para fazer face à demanda de água

Cabo Verde tem de investir 634 milhões de euros em 20 anos para fazer face à demanda do sector económico e para que cada cabo-verdiano tenha acesso a um mínimo de 40 litros de água por dia.

Esta informação foi apresentada hoje pelo ministro do Ambiente e Agricultura, Gilberto Silva, na abertura da VII reunião do Comité Regional de Pilotagem do Programa Hidrológico para a África, a decorrer na cidade da Praia com o objectivo de debater os principais desafios do sector dos recursos hídricos no continente.

O governante, que se socorre das análises técnicas, adianta que esse investimento assegurará também que nenhum agregado familiar gaste mais do que 5% da sua renda mensal na aquisição e acesso à água e serviços básicos de saneamento.

O Governo, indicou, está muito engajado nas respostas à demanda de água pela população, pelo turismo, pelo comércio e indústria e acima de tudo pela agricultura, que, conforme indicou, consome cerca de 70% dos recursos hídricos no país.

Por isso mesmo, ciente do contexto de escassez da água afirmou que serão necessárias as formas de mobilização de água pelas vias da dessalinização das águas salobras, reutilização das águas residuais tratadas, especialmente para a agricultura.

“Isto significa implementar, de facto, uma abordagem de economia circular no sector da água”, explicou, apontando também para a pretensão do Governo de massificar ainda mais o fornecimento de água e os serviços de saneamento, de trabalhar na redução das perdas físicas e comerciais e de aumentar de forma substancial as contribuições das energias renováveis e a eficiência energética.

Continuar a melhorar a qualidade de água dos serviços de abastecimento e inclusão da justiça e inclusão no acesso à água e saneamento em todas as ilhas de forma equilibrada são alguns dos pontos apontados pelo ministro.

“Tudo isto configura de facto uma verdadeira transição da gestão dos recursos hídricos que vai de mãos dadas com a transição energética tendo em vista os objectivos e compromissos assumidos por Cabo Verde no quadro da agenda de desenvolvimento sustentável do país”, disse.

Gilberto Silva adiantou que o Governo está convicto de que deve ser ambicioso, mas ao mesmo tempo realista tendo em conta a realidade saheliana e arquipelágica do país.

“Está claro que o custo de investimentos é bem maior nos países insulares quando comparados às realidades continentais. Em Cabo Verde, segundo as análises técnicas, terenos de investir cerca de 634 milhões de euros em 20 anos para fazer face à demanda do sector económico e para que cada cabo-verdiano tenha acesso a um mínimo de 40 e o máximo de 90 litros de água por dia”, detalhou.

Neste sentido, Gilberto Silva afirmou que todos reconhecem a contribuição do programa Hidrológico Internacional (PHI) na realização dessa grande empreitada.

“Estamos convictos do papel que esta excelente plataforma de cooperação pode e deve desempenhar para ajudar a materializar os objectivos e metas traçados, não só do quadro mundial da agenda 2030, especialmente no que tange ao ODS 6 e suas metas, mas também no quadro da agenda 2063 para os países africanos e do Samoa Pathway”, disse.

O Programa Hidrológico Internacional (PHI) é o programa intergovernamental de cooperação científica da Unesco no campo da investigação sobre a água, gestão, educação e capacitação em recursos hídrico.

Durante três dias especialistas em hidrologia e hidrogeologia, académicos e pesquisadores em recursos hídricos de 26 países africanos vão reflectir e debater sobre os principais desafios do sector dos recursos hídricos no continente, tendo como pano de fundo as alterações climáticas e seus efeitos na mobilização de água e gestão dos cursos de água transfronteiriços.

Com Inforpress

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