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Uma aula de português para o NOSi. Ou como descascar um incompetente comunicado
Colunista

Uma aula de português para o NOSi. Ou como descascar um incompetente comunicado

Só por preguiça mental ou então desarrumação intracromossomial específíca leva a administração do NOSi a emitir um comunicado esdrúxulo para directamente desmentir a peça de Santiago Magazine intitulada “Governo mandou apagar comentário no Facebook da RTC sobre suspeitas de corrupção na CM do Porto Novo?”.

"A única alegria do rebanho é quando o lobo come a ovelha do lado"

Arthur Schopenhauer

Para começar, os inclítos redatores desse comunicado não perceberam que se tratou, na prática, de um fact check, estilo de informação que procura precisamente descortinar a verdade por detrás de certos boatos ou situações pouco claras. Razão pela qual o título é uma pergunta e não uma afirmação, mas isso não foi interpretável pelo NOSi, ficando a dúvida se de forma propositada ou de facto por deficiência hermenêutica.

Ainda mais grave do que não saber interpretar textos é não ler o próprio texto, como parece ser o caso. É que toda a peça – feita exactamente para esclarecer a opinião pública acerca de um boato que vinha se espalhando nas redes sociais sobre uma alegada interferência do Governo, através do NOSi, para remover um comentário na página de facebook da RTC – evidencia que era impossível, como, de resto explicou o administrador da RTC contactado por SM (também ouviu o Governo na pessoa do secretário de Estado Adjunto do PM, Lourenço Lopes), um terceiro entrar em conta alheia no facebook para apagar esta ou aquela mensagem ou post. Apenas o autor do comentário ou o dono da conta têm essa chance prerrogativa definida pela política de conteúdos do facebook. Está lá escrito, mas não viram ou não estavam minimamente interessados.

A propósito, hão-de convir que foi este artigo de Santiago Magazine a explicar o que teria sucedido com o comentário do perfil Terra Longe (a origem de tudo) que cortou maior e descontrolada propagação desse rumor que visava pôr em causa a imagem e idoneidade do Governo, do NOSi e da RTC. Sim, porque a falsa notificação do Terra Longe foi fotografada e redistribuída para várias outras redes sociais como se fosse verdadeira, gerando comentários revoltosos apontando para uma suposta censura exercida por ordens do Executivo.

Tivesse o NOSi lido o texto de SM e não título, ou tivessem os seus administradores o cuidado de ler e de perceber que o artigo de SM pretendeu e ilibou qualquer responsabilidade dessas entidades no falso e criminoso comentário do Terra Longe evitariam esse vexame público de querer aparecer apontando para um fake bode expiatório (SM) criado por si, quiçá com intenção de engodar o Governo mostrando algum trabalho, desacreditando Santiago Magazine. E o trabalho do NOSi, esse, já que opera nos bastidores dos programas informáticos, é ajudar a identificar o autor por detrás do falso comentário cujo objectivo era queimar o Governo e o NOSi com grave calúnia, criminalmente punível. 

Ora bem, se o NOSi emite um incompetente comunicado sobre um falso fake news, esse comunicado é na verdade uma justificação fraudulenta (fake) do que aconteceu, na medida em que não existe falsidade na informação prestada ao público por Santiago Magazine, muito pelo contrário. É de uma desonestidade intelectual que roça a irresponsabilidade administrativa. Santiago Magazine, que esses ‘egrégios’ só decoram o nome quando é para acusar e esfolar na praça pública, não se verga ante certas intimidações, não aceita nem absorve fakes lições de moral e de ética de quem não os pratica, nem os valoriza.

 

O director,

Herminio Silves

 

 

 

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SOBRE O AUTOR

Hermínio Silves

Jornalista, repórter, diretor de Santiago Magazine