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Uma tecnologia de ponta que desaponta
Ponto de Vista

Uma tecnologia de ponta que desaponta

Há dias, resolvi fazer o meu passaporte. Telefonei para uma linha verde da Casa do Cidadão (8002008), no dia 04 de abril de 2018, para o efeito. A resposta foi, no mínimo, enfadonha tendo em conta que, segundo as publicidades nas redes socias e nas TVs, a emissão do “precioso” documento conta com uma tecnologia de ponta, (de que o país não dispõe até o momento).

Vários são os esforços que têm sido feitos por quem de direito, segundo os dirigentes, mas o tal empenho tem-se verificado com fraco desempenho, ou simplesmente não estão nem aí, porque cada um tem o seu e, as pessoas mais “importantes” da nossa sociedade já o têm ou têm muita facilidade em obtê-lo

Voltemos à resposta que me foi dada aquando do meu pedido: “vaga disponível para a emissão do seu passaporte é só no próximo ano, mais concretamente no dia, 04 de janeiro de 2019”, ou seja, daqui a 8 meses. Isso sem esquecer que estamos a falar de uma tecnologia de ponta, que na verdade, é uma tecnologia que desaponta.

Desde então venho me perguntado, de que vantagens estamos a falar, quando um cidadão “comum” passa por grandes dificuldades para obter um documento de extrema importância para viajar para fora do país, já que sem o “majestoso” não se pode sair do país? Havia necessidade de se introduzir essa tecnologia sem que o país esteja devidamente preparado? Uma vez que o documento é feito num outro país (em Portugal), que certamente tem as suas pendências, já se sabe, que a “coisa” dos outros fica para depois. Bem, fica difícil de entender algumas coisas que acontecem neste país.

O que está em causa, não é a tecnologia em si, que aliás é boa, mas sim a(s) condição(ões) do país, ou melhor, a falta de condições do país para adotar o novo sistema de emissão e a nova tipologia do passaporte.

Custa-me acreditar e aceitar que para tirar um documento na minha terra tenho que esperar 8 meses. Na mesma situação estão milhares de cidadãos “comuns” cabo-verdianos. É importante que se modernize o país, mas para isso creio que é fundamental que se criem condições para tal; caso contrário essa tecnologia de ponta vai “tombando” e “tartarugando” o progresso do nosso país.

Um cidadão comum,

Manuel de Jesus Monteiro Tavares

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SOBRE O AUTOR

Redação