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PM afirma que “não há nenhum motivo” para mudar sua posição sobre ministro da Administração Interna
Política

PM afirma que “não há nenhum motivo” para mudar sua posição sobre ministro da Administração Interna

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reiterou hoje que mantém total confiança no ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, e afirmou que não há nenhum motivo para o Governo pensar diferente e mudar a sua posição.

Ulisses Correia e Silva fez estas afirmações à imprensa, à margem de uma visita que efectuou esta manhã às instalações da Plataforma das Organizações Não-Governamentais no âmbito do programa Mobilização pela Aceleração da Inclusão Social (MAIS) que visa estabelecer parcerias com diversas instituições com intervenções sociais visando combater a pobreza extrema em Cabo Verde.

Instado sobre a posição do Governo relativamente às declarações do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que pediu no parlamento esclarecimentos do Governo e posicionamento do ministro Paulo Rocha sobre a sua alegada participação no assassinato de um cidadão em 2014, enquanto director nacional-adjunto da Policia Judiciaria, disse que o Governo mantém total confiança em Paulo Rocha.

“O Governo já foi muito claro em relação a esta matéria, o ministro da Administração Interna tem feito um bom trabalho, é uma pessoa que dá confiança e não há nenhum motivo para pensarmos diferente e para mudarmos a posição relativamente à confiança que estabelecemos e mantemos em Paulo Rocha, enquanto ministro da Administração Interna”, declarou.

Questionado ainda se o Governo está sob pressão relativamente a este assunto, o primeiro-ministro alertou que poderá haver “todo tipo de pressão”, mas que o executivo está focado em continuar a trabalhar e ter a promoção e garantia da segurança como objectivo e prioridade.

O PAICV pediu esta quarta-feira ao ministro da Administração Interna a romper o silêncio e prestar todos os esclarecimentos sobre as alegações e suspeições do seu envolvimento numa operação, supostamente planeada e executada fora dos cânones legais, que desembocou na morte de uma pessoa, em circunstâncias que indiciariamente configuram crime.

“Sendo estes factos públicos, e recaindo sobre os mesmos, instrução criminal, ainda que o sr. ministro da Administração Interna não esteja a ser investigado e nem seja arguido, deve, enquanto alto titular de cargo político, que dirige o sector da segurança interna e dirige um órgão de polícia criminal, romper o silêncio e prestar todos os esclarecimentos que o caso requer”, advogou o PAICV.

Na sequencia da declaração política do PAICV, o primeiro-ministro declarou, em comunicado de imprensa, esta quinta-feira, 06, que “mantém total confiança” no ministro da Administração Interna pelo “carácter e conduta exemplares” ao longo da sua carreira profissional e, também, pelo trabalho realizado no Governo, frisando que a verdade dos factos deve ser “sumamente apurada” para que a suspeição não perdure e para que os responsáveis “sejam devidamente punidos”.

Por outro lado, o Ministério Público em reacção a uma notícia publicada no Santiago Magazine, avançou que correm termos, na Procuradoria da República da Comarca da Praia, os autos de instrução registados na sequência da morte de um indivíduo do sexo masculino, de 39 anos de idade, ocorrido no dia 13 de Outubro de 2014, na Cidadela, no âmbito de uma operação policial promovida pela Polícia Judiciária.

Não obstante as diligências realizadas, até à data, avança a mesma fonte, o Ministério Público não constituiu ninguém arguido nem notificou o actual ministro da Administração Interna, que na altura dos acontecimentos desempenhava funções de director da PJ para prestar qualquer declaração nos referidos autos, nem mesmo na qualidade de testemunha.

“Outrossim, porque a notícia publicada alega que o diário digital “Santiago Magazine” teve acesso a documentos e conteúdos de actos processuais cobertos pelo segredo de justiça, a Procuradoria-Geral da República ordenou a abertura de instrução criminal, por indícios da prática do crime de violação de segredo de justiça, com vista a identificar o seu autor e efectivar a respectiva responsabilidade criminal”, informou.

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