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Armador de “Nôs Ferry Mar d´Canal” considera ser “incoerente” a subida da tarifa na linha São Vicente/Santo Antão
Economia

Armador de “Nôs Ferry Mar d´Canal” considera ser “incoerente” a subida da tarifa na linha São Vicente/Santo Antão

O armador do “Nôs Ferry Mar d´Canal” classificou de “incoerente” a subida da tarifa de transportes de passageiros na linha São Vicente/Santo Antão que disse ser oficialmente de “apenas 20 escudos” relativamente à tabela de 2012.

Valdemiro Ferreira, mais conhecido por “Vlu”, recorreu à lei tarifária dos transportes marítimos de 2012, do então Governo do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV)  para explicar o seu posicionamento à Inforpress.

Segundo o sócio maioritário da Naviera Armas Cabo Verde, companhia proprietária do “Nôs Ferry Mar d´Canal”, essa lei fixou uma passagem na linha que o navio opera, entre Mindelo e Porto Novo, distância de dez milhas, em 900 escudos líquidos para os navios, o mesmo preço, asseverou, afixado e praticado até agora na linha Fogo/Brava, com a mesma distância.

“Na linha Mindelo/Porto Novo, a concorrência ilegal e desesperada, que deveria ser resolvida pelas instituições oficiais de fiscalização, levou a Cabo Verde Interilhas e a Naviera Armas a praticar tarifa inferior à legal”, sublinhou Vlu, referindo-se ao preço praticado até agora de 800 escudos.

Por isso, conforme a mesma fonte, terá sido “no mínimo incoerente” o Governo actualizar o preço em mais 20 escudos depois de passados todo esse tempo.

“Isso é grave. Significa que as pessoas, eventualmente, estão à toa e não conhecem as substâncias das matérias, a actualização é absolutamente despropositada se tivermos em conta que já se passaram 11 anos”, considerou.

Vlu lembrou que tudo em matéria de exploração de navios disparou, desde, enumerou, o combustível com “subida a 100%”, aumento das taxas e serviços das autoridades marítimas e portuárias, novos impostos de segurança marítima “na ordem dos 4.380 contos anuais” e fora as despesas de manutenção da embarcação e com o pessoal.

“Qualquer pessoa comum entende que uma passagem entre Mindelo e Porto Novo deveria passar a ser, num perfeito equilíbrio, no mínimo 1.200 escudos”, advogou o armador, para quem não se pode aceitar esse aumento feito “não na base da tarifa oficial, mas, sim na base da tarifa especulativa, irrisória e ilegal, actualmente praticada”.

Entretanto, Vlu já concorda com o Governo e disse ter sido uma “decisão correcta” a diferenciação das tarifas para os nacionais e para os estrangeiros não residentes.

Segundo a mesma fonte, ele mesmo já tinha sido questionado “várias vezes” por turistas sobre o preço das passagens, que até agora era o mesmo, e estes o consideravam “injusto e que não era praticado em nenhuma outra parte do mundo”, asseverou.

A partir de hoje entra em vigor uma nova tabela de tarifas para os transportes marítimos interilhas. Conforme o Governo, os preços não eram alterados desde 1996 e vão agora aumentar entre os 20% e os 80%. O objectivo da actualização das tarifas é a “reposição do equilíbrio do mercado” que será feita através da “diferenciação entre nacionais e não nacionais, conforme as práticas internacionais”, lê-se na nota enviada pelo executivo.

Os menores acréscimos serão feitos nas linhas Santo Antão/São Vicente, Fogo/Brava e os maiores são nas linhas São Vicente/Santiago e São Nicolau/Santiago, justificado em ambos os casos pelas distâncias em milhas a percorrer.

Segundo anunciou o Governo, verifica-se igualmente “um aumento na tarifa base da carga geral, representando um aumento médio na ordem dos 17%. Assinala-se ainda para um aumento médio de cerca de 20% no transporte de mercadorias em câmaras frigoríficas e no transporte de animais vivos”.

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