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JHA num périplo por Santiago Norte. Mais trabalho, menos conversas
Política

JHA num périplo por Santiago Norte. Mais trabalho, menos conversas

“O Emprego, prometido aos milhares, ainda está no papel. Já é hora de se parar com a retórica, a cosmética e a propaganda, e se começar a traduzir esses discursos em acções concretas. Estamos já com dois anos de seca! É urgente retomar os investimentos na agricultura. É preciso continuar a mobilizar água. É preciso apostar na capacitação dos agricultores e na transformação agroalimentar”.

A presidente do PAICV fez esta semana um périplo por Santiago Norte, passando por São Lourenço dos Órgãos e Santa Catarina e deixa um recado ao governo: mais trabalho, menos conversas. O desemprego jovem sobe e segue, as obras herdadas não foram continuadas, a seca matou as esperanças dos homens do campo, e da parte do governo não há nada de concreto – discursos, apenas discursos.

Este é o quadro que Janira Hopffer Almada traça daquilo que conseguiu ver e partilhar com os moradores da região por onde passou, desde domingo, a começar por São Lourenço dos Órgãos.

“3 anos depois, o "Juntos somos mais fortes", se traduziu no abandono da Barragem do Poilão e do Centro Pós-Colheita, no encerramento do Centro de Juventude e do Centro de Desenvolvimento Social, no subaproveitamento do Centro de Formação em Transformação Agroalimentar e no engavetamento da promessa de isenção de propinas (em todos os níveis de ensino) e de mais bolsas de estudo”, desabafa a líder do maior partido da oposição, para quem “São Lourenço dos Órgãos recebeu grandes investimentos na governação anterior. Depois de 3 anos, há alguma "marca" nesse concelho da actual governação? Nada. Absolutamente nada de novo.”

Para JHA, em São Lourenço dos Órgãos não se vê “nem visão nova, nem medida nova e, muito menos, solução prometida para resolver os problemas das pessoas.”

E abre um parêntese para a juventude, a camada mais sofrida, no entender da jovem líder partidária. “A Juventude foi completamente esquecida, por quem lhe prometeu mundos e fundos, e continua à espera de oportunidades, 3 anos depois, numa governação que já fez todas as nomeações e contratações para chefias, no Estado, sem lançar um único concurso”.

Para a presidente do PAICV, “pouco a pouco, o povo vai vendo a grande falácia que foi a campanha do MpD, agora que “da promessa de mais emprego digno nem sequer se fala, uma vez que nem os apoios para os agricultores e criadores de gado a actual maioria consegue garantir, em 2 anos de seca”.

Já no centro da cidade de Assomada, a líder dos tambarinas visitou o Mercado Municipal, para auscultar os comerciantes e constatar as dificuldades por que passam nos seus dias de labuta. E a constatação que faz é esta: “nem o mercado apresenta as condições de higiene, no interior, para venda dos seus produtos alimentares, nem os comerciantes conseguem ver esforços para melhorar as condições de comercialização dos seus produtos, no exterior”.

JHA considera que “há muito discurso, mas, no final, cabe perguntar o que têm feito as autoridades com as receitas que arrecadam das taxas”.

Uma visita à Universidade de Santiago, deu para conhecer um pouco os desafios do ensino superior na região.

“É importante refletirmos nas dinâmicas do ensino superior, seus constrangimentos e desafios, para construirmos uma verdadeira agenda para o país, que seja assumida consensualmente por todos e sirva, fundamentalmente, os jovens”, observa a líder da oposição, sugerindo que “para além de termos de promover o acesso dos jovens ao ensino superior, é preciso trabalhar na permanência e no sucesso desses mesmos jovens”.

Uma visita ao interior de Santa Catarina, concretamente às comunidades de Saltos Acima e Pingo Chuva, chamou a atenção da líder do PAICV para a situação da estrada Achada/Saltos/Arribada. Esta estrada ficou pelo meio. É uma autêntica via sem sentido, porque vai até meio caminho e o viajante tem que voltar para trás.

São milhares de contos de investimento, e que iria ligar os dois concelhos mais importantes da região - Santa Cruz e Santa Catarina – que ficaram ali enterrados no meio do nada, com obras suspensas desde finais de 2016 e uma via com pouca utilidade prática.

Milhares de contos sepultados aqui

“Fizemos questão de ir pela Estrada Achada Laje/Saltos (toda asfaltada), que é mais uma herança da governação anterior. O que queremos pedir ao governo é que trabalhe. Que dê continuidade ao trabalho que herdou, e faça a Estrada Saltos Acima/Pingo Chuva/Arribada”, escreve Almada, para quem está-se a “ter grandes recuos no processo de desenvolvimento, e isso é evidente quando, neste momento, muitas comunidades nem sequer têm acesso a água, que é um bem essencial”.

E finaliza com estas palavras. “O emprego, prometido aos milhares, ainda está no papel. Já é hora de se parar com a retórica, a cosmética e a propaganda, e se começar a traduzir esses discursos em acções concretas. Estamos já com dois anos de seca. É urgente retomar os investimentos na agricultura. É preciso continuar a mobilizar água. É preciso apostar na capacitação dos agricultores e na transformação agroalimentar”.

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Redação