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ONU. Cabo Verde vota contra EUA sobre dossier Jerusalém
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ONU. Cabo Verde vota contra EUA sobre dossier Jerusalém

Cabo Verde votou esta quinta-feira, 21, a favor de uma resolução das Nações Unidas que condena o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel, contribuindo para isolar os EUA na Assembleia Geral da ONU desta tarde.

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adoptou nesta quinta-feira (21), por uma ampla maioria, uma resolução que condena o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel.

Dos 193 países membros, 128 votaram a favor dessa resolução, incluindo Cabo Verde, que recentemente vem se aproximando de Israel, estando inclusive sobre a mesa negociações de cooperação em áreas como agricultura e segurança. Aliás, chegou a ser notícia que Cabo Verde, através do presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, tinha garantido a Israel apoio total em qualquer resolução na ONU, informação avançada pelo primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyhau, repercutida em Cabo verde, mas que o chefe de Estado cabo-verdiano tratou logo de a desmentir. Para já, a votação de hoje dá razão ao Palácio do Plateau.

Dos países presentes, apenas nove nações votaram contra a resolução e a favor da posição dos EUA em considerar Jerusalém como a capital de Israel: Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau, Togo, Estados Unidos e, claro, Israel.

Argentina, Austrália, Canadá, Croácia, Colômbia, Hungria, Letônia, México, Filipinas, Panamá, Paraguai, Polônia, República Tcheca foram alguns dos 35 países que se abstiveram. A Ucrânia, que apoiou o projecto de resolução no Conselho de Segurança, estava entre os 21 países que não se apresentaram para a votação.

"Esse dia será lembrado", ameaçou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley. Ela deixou claro que os EUA não se esqueceriam de países que votaram a favor da resolução. Esse posicionamento de Haley está de acordo com a declaração de Donald Trump na quarta-feira (20). O presidente norte-americano prometeu acompanhar a votação dos países membros de perto. E chegou a ameaçar que cortaria a ajuda financeira aos que votassem a favor do projeto de resolução da ONU.

Além do reconhecimento da cidade como capital de Israel, Washington também declarou que iria transferir a sua embaixada para Jerusalém.

Note-se que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da Embaixada dos EUA, actualmete em Tel-Aviv, são movimentos delicados e que causam muita polémica no cenário internacional.

Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinianos reivindicam parte da cidade (Jerusalém Oriental) como capital de seu futuro Estado.

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Redação