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Negligência premeditada e desconhecimento de como actuar
Ponto de Vista

Negligência premeditada e desconhecimento de como actuar

Em Cabo Verde, particularmente na ilha de Santiago vêm acontecendo crimes que pela sua sofisticação e crueldade no seu cometimento, merecem atenção especial das autoridades da República.

Com efeito, vem sendo divulgados na rádio e em jornais online acontecimentos que causam apreensão e desconforto a qualquer cidadão.

Há um ano, desapareceu em Boa Entrada, Santa Catarina, um indivíduo e até hoje ninguém sabe de nada, pois as autoridades nada dizem.

Há dois meses, desapareceu aqui na cidade da Praia, uma jóvem e seu filho de apenas um mês de idade e até hoje não apareceram e ninguém sabe nada porque o senhor “QUEM DE DIREITO" nada diz.

Há sensivelmente três semanas, desapareceu uma criança em Eugénio Lima e até hoje nenhuma novidade, mau grado o desespero da família e de vários pais solidários com ela.

A minha estupefação e preocupação até, é que as autoridades responsáveis nada dizem, quanto mais não seja para proporcionar algum alento na esperança dos familiares dos desaparecidos.

Provavelmente, não se capacitaram acompanhando os criminosos na sua sofisticação, sofisticando-se também e estão a gatinhar no escuro.

Acompanhamos hoje, na rádio nacional, a  correspondente em Assomada a falar sobre roubos naquela região; pela forma como falou, entendi, que enquanto há alguns anos era uma exceção, hoje virou regra e de forma aprimorada.

Roubo em casas de emigrantes, roubo em instituições do estado, roubos até na residência do senhor Presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, este na semana que terminou e ontem no Liceu de onde levaram cinco computadores, deixando os professores castrados a ponto de pedirem socorro às pessoas de boa vontade para lhes fornecer alguns daqueles equipamentos subtraídos para poderem trabalhar nesta fase de atribuição de notas aos alunos neste primeiro período a terminar Toda essa onda de roubo dia sim, dia sim, as autoridades nada dizem, porque não estão a conseguir apanhar os larápios.

Vejamos os crimes violentos e com laivos de crueldade que também vem acontecendo e que sobre as quais as autoridades muito timidamente vem atuando e as famílias ficam sem saber oficialmente como e porquê acontecem e o grau da crueldade. Deve ser ou porque não cumprem o que a lei estipula, ou porque não estão a localizar o “caminhu di santiago”.

Há poucos dias em Santa Cruz, um cabo-verdiano (que a principio se presumiu ser “mandjaco”), foi encontrado morto, nas proximidades da sua casa de residência e conforme disseram os familiares, com vários ferimentos e o pior, com uma das pernas cortada com rebarbadeira.

Contra todas as normas e deveres que em caso de morte violenta as autoridades judiciais e médicas devam atuar, as famílias disseram que apenas agente da Procuradoria da República apareceu para levantamento do cadáver e, o pior, fez se a inumação do cadáver sem a efetivação da autópsia, sendo certo, neste caso concreto, OBRIGATÓRIO E INDISPENSÁVEL.

Por causa desse procedimento negligente, inaceitável e inacreditável, os familiares e populares saíram à rua neste sábado p.p., para exigirem a exumação do cadáver e a respetiva autópsia para esclarecimento sobre a causa da morte do malogrado.

Na semana passada, um cidadão guineense a residir nesta cidade da Praia, foi também morto dentro da sua residência e com o mesmo laivo de crueldade ao do anterior, tendo sido depois de morto, “DEGOLADO E COM UMA ARMA CRAVADA NO PEITO”.

Em caso de morte violenta, no manual de Medicina Legal, vêm definidos os procedimentos, e que não são poucos, em como os responsáveis da justiça e da saúde devam atuar.

É pouco crível que tenha sido  feito levantamento de um cadáver presumidamente por morte violenta por uma única autoridade judicial, sem a presença da autoridade sanitária em que os dois, neste caso, devem elaborar o respetivo relatório sobre o lugar onde se encontra o cadáver, o hábito externo deste, as feridas apresentadas, a hora do falecimento,etc,etc! Mesmo sem isso, não fizeram a sempre necessária autópsia, exigível por Lei, para ao menos minimizarem a gravidade do que não se fez ao proceder o levantamento do cadáver de forma indevida.

Em Cabo Verde, precisamos de Advogados com alguma dose de altruísmo e uma pontinha de coragem LIKE” AMADEU OLIVEIRA para em casos destes ajudarem gratuitamente os familiares na responsabilização dos prevaricadores, entregando-os à justiça com vista a por cobro às atuais ondas de negligencia nos serviços de saúde e da justiça que vem circulando no País, sobretudo se essa NEGLIGÊNCIA  tenha sido e vem sendo premeditada, caso da saúde e, quanto à justiça, para melhor se prepararem caso a sua atuação se deve a não estar a encontrar o caminho no descobrimento de crimes.

BOAS FESTAS A TODOS.

Praia, 11 de Dezembro de 2017

Caboverdianamente

Olímpio Varela

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Redação