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A nossa aposta para as autárquicas em São Domingos
Ponto de Vista

A nossa aposta para as autárquicas em São Domingos

Há uma máxima em política que diz que um povo tem sempre o Governo que merece. Porque foi o seu voto que fez eleger os dirigentes que tem. Esta teoria tem o valor que tem e pode não se aplicar em muitos casos..

Refiro-me, em concreto, a São Domingos, um município que, ano sai, ano entra, só piora de dirigentes autárquicos. E se o povo, como defende a tal máxima política, tem o que merece, em São Domingos, parece cada vez mais evidente que são os partidos que induzem o munícipe ao erro, porque têm apresentado péssimos candidatos e maus presidentes de câmara, obrigando o cidadão eleitor, forçosamente, a ter de escolher entre o mau e o vilão.

Está, pois, claro que aos partidos políticos interessa sobretudo a sua eleição municipal, quer dizer, longe de pensar e executar planos para o desenvolvimento de São Domingos, tanto o PAICV quanto o MpD têm apostado em candidatos para "cumpir calendário", em particular o partido que vem vencendo as eleições desde 1993, no caso o MpD, que apenas quer manter a hegemonia local num concelho que é seu bastião, descurando do seu papel desenvolvedor, promotor e incentivador do crescimento local.

De todos os mnunicípios de Cabo Verde, São Domingos é o que está mais próximo da capital, logo, mais perto das instituições decisoras, mas se formos ver está, na prática, mais distante do centro do poder, com resultados catastróficos para o concelho.

As próximas eleições autárquicas devem acontecer daqui a um ano sensivelmente, mas já atraem candidatos das duas esferas partidárias, ávidas em conquistar a Câmara Municipal, mas tímidas ou apáticas na hora de apresentar ideias e soluções para tirar este concelho do marasmo em que se encontra. Quer do lado do PAICV, quer do lado do MpD, não se conhece da parte dos potenciais cabeças de lista qualquer ideia sobre o desenvolvimento de São Domingos, simplesmente estão disponíveis para apanhar "boleia" dos partidos e se farezem eleger sem um fio condutor, uma ideia-base ou um projecto de desenvolvimento.

Podemos até ir mais além e afirmar que juntamos todos eles e não dá um candidato como deve ser. Até parece que estamos a vaticinar um futuro bem negro para este concelho rico em potencialidades agrícolas, turísticas, culturais, energéticas e industriais. Não, cremos crer que há quadros cuja experiência, seriedade e capacidade de negociação interna e externamente podem muito bem servir este município. Porque aqui o que mais importa não é o candidato de que partido, e sim o melhor candidato, seja de qual partido, que melhor fará por São Domingos.

José Furtado

Uma dessas pessoas, salvo prova em contrário, será, em nosso humilde entender, o jurista José Dâmaso Martins Furtado (Zeca para os amigos), um quadro com larga experiência autárquica em Oeiras Portugal (trabalhou directamente com Isaltino Morais), no domínio da Adminitração Pública Portuguesa, (integrou a Direcção Geral de Saúde e Autoridade para as Condições do Trabalho antigo Inspeção-Geral do Trabalho, exerceu funções de consultor jurídico, a nível laboral, em Portugal) e abertura suficiente para encetar contactos diversos e promover diálogos que fomentem o crescimento deste município e atraia investimentos necessários para gerar emprego e alavancar o desenvolvimento de São Domingos nos mais diversos setores.

José Furtado, actualmente assessor jurídico do ministro da Defesa e que goza de um invejável currículo, é militante do MpD pelo que será este partido, se de facto quiser o melhor para este concelho, a descartar pára-quedistas e apostar num candidato com competência e sentido de responsabilidade. A nosso ver este seria o melhor candidato que se nos afigura, pelo menos até prova em contrário. E não nos coibimos de o afirmar, porque, acima de tudo é São Domingos que interessa. E é por São Domingos que nasceu este artigo, diga-se, de resto.

Este é também um repto que lançamos aos quadros e forças vivas do concelho de São Domingos. A todos nós, sim nós, que há demasiado tempo temos permanecido apáticos e indiferentes em matéria de particiopação no desenvolvimento do nosso concelho. Muitas vezes, é certo, somos preteridos, mas temos que assumir a nossa quota parte e dizer um basta. Basta de estender tapetes aos partidos que, como já se viu q.b. têm-se preocupado mais com o seu umbigo do que com os 15 mil habitantes de São Domingos.

É, portanto, hora de os quadros e forças vivas deste município assumirem a sua condição de intelectuais e forças morais de São Domingos e suportarem uma candidatura a presidente de Câmara que, efectivamente, pense São Domingos. Com planeamento, estratégia, abertura, diálogo e ambição. José Dâmaso Martins Furtado deveria ser um candidato da sociedade. Se os partidos não o querem, nós, sociedade civil, quadros e forças vivas deveríamos apostar todas as fichas neste humilde e experiente cidadão. É esta a nossa aposta, porque, estamos cientes, é uma pessoa que se preocupa com São Domingos mais do que com o pedaço da vaca que se tornou a Câmara Municipal de São Domingos para muitos candidatos.

Mais do que isso, este texto é um chamamento a todos que se assumem sãodominguenses a participarem de viva voz e lícita vez no processo de desenvolvimento deste concelho, através de contribuições qualificadas e valiosas para incrementar São domingos nas várias vertentes. Como? Na Assembleia Municipal, órgão decisório e fiscalizador da Câmara, mas que tem também a peculiaridade de exigir, sugerir, indicar e impor à Câmara o melhor para o município. Ou seja, além de propor um presidente de Câmara, os quadros de São Domingos podem e devem controlar a autarquia, e, amiúde, suportando-a por via da Assembleia Municipal onde os munícipes têm vez e voz. Aproveitamo-la, então. Ou vamos protelar, mais uma vez, a nossa contribuição para São Domingos?

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Redação