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Estatística na vida do país e sugestões de melhorias
Ponto de Vista

Estatística na vida do país e sugestões de melhorias

Ao longo do tempo, o conceito de estatística vem evoluindo, com contribuições de vários especialistas que entendam do assunto.

Estatística é somente mais um pedaço da matemática e muito agradável para quem aprecia esta ciência, a matemática.

A estatística não é nada mais, nada menos que, aplicação de métodos estatísticos, para coletar, produzir, analisar os dados, testar hipóteses da correlação existente entre as variáveis, ou parâmetros.

A presença da estatística é fundamental em todos os movimentos das atividades desenvolvidas pelo homem num determinado período e local, importante para determinação de renda per capita, taxa de desemprego, o PIB e, outros indicadores socioeconómicos.

Os dados estatísticos podem parecer meramente números, sem alguma importância, mas não é bem assim, na verdade, assumem um papel importantíssimo na produção de informação estatística de alta qualidade nas análises e tomadas de decisão dos governantes em prol do desenvolvimento sustentável, da segurança, da estabilidade do país, bem como para o princípio de transparência.

Por essa razão, é extremamente pertinente, além das análises de conjuntura, a produção de dados a tempo real, que passam atuar como indicadores socioeconómicos que espelham o cenário de desenvolvimento das sociedades.

Destacar como principais indicadores socioeconómicos, o PIB, o índice de Gini, IPC, inflação, taxa de desemprego e qualidade dos serviços públicos.

Quando falamos que a taxa de emprego diminuiu, significa que o país não criou emprego e deve tomar medidas para que o crescimento do PIB gere mais emprego e riqueza para o país, por conseguinte melhorar a condição de vida das pessoas.

Por um melhor serviço das agências estatísticas é preciso compreender e respeitar as normas fundamentais que são a independência institucional e a prestação de contas, ou dados, produzindo o efeito de eficácia, por um trabalho estatístico que deve ser assegurado por arcabouço legal e institucional, respeitados por todos os utilizadores dos dados estatísticos.

No nosso país nota-se uma necessidade premente de dados atualizados de vários parâmetros e indicadores para interpretação e análise dos mesmos, sobretudo para quem faça um trabalho de investigação, de pesquisa, e para quem dirige os destinos das ilhas de Cabo Verde.

Quando se trata de dados estatísticos que caracterizam a situação do arquipélago de Cabo Verde, nunca é demais investir na melhoria dos serviços, inovando as ferramentas de trabalho, capacitar os quadros, adaptar às novas tecnologias para poder impulsionar os serviços, sobretudo no fornecimento de dados e informações.

As estatísticas oficiais sendo um componente indispensável para reproduzir informações congruentes ao governo, à economia, sociedade, devem ser divulgadas e difundidas com imparcialidade, para honrar o princípio da ética, disponibilizando ao cidadão a real situação do país. Os institutos estatísticos não podem apresentar os números como se fosse um trabalho académico, com objetivo de conseguir uma avaliação dos superiores hierárquicos, obrigatoriamente deve estribar-se no princípio científico e de legalidade para o bem do país.

Entre as sugestões de melhorias para o país, forma de termos constantemente resultado e informações para as tomadas de decisões, opções que mais ganham destaque (na análise) dos números, apresento quatro (4) possíveis medidas.

1. É preciso que, o INE seja uma instituição totalmente independente do governo, sem nenhuma ligação política-partidária, sem ter de nomear pessoas de confiança a cargos de chefia, sob influência de condicionar os trabalhos do próprio instituto. Os dados devem ser apresentados com seriedade para o bem do país, por conseguinte, os cargos de chefia do INE deviam ser ocupados através de concurso público, regulado também por uma instituição independente. Ou se a lei permite, que seja criada uma instituição privada que trabalhe os dados estatísticos do país nos mais variados setores.

2. Adotar o INE de uma nova metodologia de trabalhar os dados e fornecer informações a tempo útil para as necessidades que o país precisa. Podemos sim ter números de várias ordens. Não faz sentido em 2019, atividades económicas estruturantes para o país com dados estatísticos de 2015.

3. Criar uma rede ou um sistema que conecta todos os serviços do estado através de um programa informático, podendo os interessados terem acesso direto aos dados necessários para a execução dos seus trabalhos. Em termos de situação demográfica, o INE podia obter as informações junto dos registos notariados de Cabo Verde, atualizando os dados da população de um município qualquer, uma vez que nos serviços notariais se registam o falecimento de um cidadão e, por outro lado, o nascimento de uma criança.

Serviço que se complementa com os trabalhos dos aeroportos e portos registando saídas e entradas de um indivíduo num determinado lugar.

Medida que se pode aplicar ao turismo e outros setores. Em turismo, através das polícias de fronteiras, se podia atualizar as entradas e saídas de emigrantes, turistas ou visitantes.

4. Ter em cada município uma equipa permanente para trabalhar desde a coleta a divulgação dos dados socioeconómicos. Por outras palavras, instalar em cada município um gabinete de apoio ao INE, podendo trabalhar diariamente fornecendo dados e informações aos técnicos superiores do instituto, e, este gabinete deve ser alargado à diáspora, ou seja, criar um gabinete de apoio no continente europeu, outro no continente americano e outro no continente africano, caso não houver recursos financeiros suficientes para instalação dos gabinetes em cada país com número de cabo-verdianos suficientes. E os gabinetes deviam ser anexados às embaixadas.

Fazemos estatística com inteligência para leituras inteligentes e agir em conformidade com as conclusões conseguidas.

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Redação