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Ilegalidade nos processos da Federação das Associações de Estudantes de Cabo Verde
Ponto de Vista

Ilegalidade nos processos da Federação das Associações de Estudantes de Cabo Verde

A Federação de Associações de Estudantes Universitárias de Cabo Verde (FAEUCV) encontra-se numa posição preocupante. Em que com alguns anos de existência pouco se falou na execução a respeito estatutária, naquilo que tange a rotatividade na liderança da mesma, em que os estudantes são, sem dúvida, uma parte importante, e a razão da existência das comunidades universitárias em Cabo Verde e da própria Federação das Associações. Esta é a razão que me levou a dizer que não pode e não deve nunca ter a representatividade sem o consentimento de todos os estudantes, é ilegítimo.

A eleição ao cargo de presidente da Federação das Associações de Estudantes Universitárias em Cabo Verde, é um ato que apela a todas as comunidades estudantis das universidades do país a repensar de forma crítica o posicionamento frente aos estudantes no ensino superior.

Os estudantes não devem continuar a posicionar-se na linha de não participação nos processos da Federação das Associações, porque ela existe para defender os interesses dos estudantes.

O que almejamos é que sempre se faça uma avaliação crítica da funcionalidade das organizações representantes dos estudantes no ensino superior em Cabo Verde, de forma que tenhamos o pluralismo de opinião a fecundar-se nas comunidades académicas, em que ele seja um meio para se atingir a democracia interna.

Neste contexto é que surge também a necessidade de intervenção dos estudantes para que haja um futuro próximo mais participativo, e para isso é necessário que o processo eleitoral seja realizado segundo os estatutos da federação das Associações de estudantes Universitárias em Cabo Verde, seção III das Eleições artigo 39º (Candidaturas e campanhas eleitoral). Que servirá como um processo para alavancar os estudantes de forma a pensar no ponto de situação atual do ensino superior em Cabo Verde e projetar ideias que sejam “smart” para o posicionamento e desenvolvimento das comunidades universitárias do país. É necessário o envolvimento dos estudantes no processo, porque só assim teremos as divergências de ideias, o incentivo e a mobilização para a participação, com o foco nos objetivos das organizações.

O que encontramos, e muito, nas comunidades universitárias são estudantes com falta de informação, desistência dos estudantes por várias razões, que passo a elencar (falta de condições financeiro para custear a formação superior, porque nem todos tiveram o privilégio de arrecadar bolsas de estudos, falta de orientação vocacional que, por vezes, de tanto afogados que se encontram, acabam por desistir, e alguns com garra e determinação tentando desafogar). Gostaria de perguntar aos senhores dirigentes se essa problemática não os preocupa a ponto de trabalharem em políticas e medidas para resolver isso.

A inclusão universitária, que é e deve ser, um dos objetivos da FAEUCV, deve ser feita com base em atividades que levem os estudantes a unirem as forças de trabalhos, como por exemplo, atividades de caracter socioculturais, pedagógico, desportivo e científicas, de forma a garantir qualidade e alta performance e desempenho a nível das comunidades estudantil.

Com a prática da “gestão cautelosa” desta organização, e gerido de forma sustentável, é uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento e resolução dos constrangimentos que enfrentamos nas comunidades académicas no país. A participação dinamiza as comunidades estudantis, capacitando os jovens estudantes a ter uma preparação para o compromisso social.

Com conhecimento pleno de que o ensino superior e o espírito de associativismo é um sector complexo, com impactos em diversas atividades económicas, sociais e ambientais, de forma a garantir o tripe da sustentabilidade.

Existem várias organizações que são responsáveis primárias pelo sucesso do sector de ensino superior. O apoio político do Governo ao mais alto nível é essencial para a educação. O papel do Governo é iniciar a formulação de uma estratégia que seja transversal, juntamente com as outras organizações que trabalham neste mesmo sector.

António Jardel Rodrigues Andrade

Finalista do 4º ano do curso de Gestão Comercial & Marketing na Universidade de Cabo Verde, faculdade de Escola de Negócio e Governação (ENG).

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Redação