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O PAICV e sua elite atormentada!
Entrelinhas

O PAICV e sua elite atormentada!

Porque o verdadeiro dono dos partidos são os seus militantes. Não há volta a dar. O incomodado que se retire, então!

O PAICV está a subir o grande calvário da sua existência. Já vai longa a viagem, mas ainda tem muito caminho pela frente, até o julgamento final. Não o julgamento de Pilatos, este que se esquivou das suas responsabilidades, lavando as mãos, mas sim, o do povo, no caso, o povo do partido, aquele que, de facto, é o verdadeiro dono disto aqui – os militantes.

Porque, pelo tom e velocidade que o percurso do PAICV já tomou, prenuncia-se para breve o dia do juízo. Isto é, o dia em que os militantes vão bater a mão na mesa, brandindo um basta, que isto aqui é nosso, remetendo toda esta elite atormentada para a atividade de onde nunca deviam ter saído – o trabalho.

Sempre se disse por aqui que o PAICV é um partido de elites. Uma elite atormentada, porque presa às tetas de uma organização que sempre lhes coloca o pão na mesa, lhes afaga os mimos e os luxos das missões políticas ou partidocráticas.

Uma falsa elite, portanto! Gentes com muita parra, mas pouca uva, e que, não se consegue vislumbrar porque carga de água, se convenceram serem os donos do pedaço, assumindo posições e poder que ninguém lhes deu e nenhuma assembleia lhes outorgara.

Uma casta seleta, porque estranha, rara e incoerente, na forma e no conteúdo!

Toda e qualquer organização política é, antes de tudo, uma associação de pessoas de várias camadas sociais que se juntam em torno de objetivos comuns e se vinculam por um conjunto de cláusulas e regulamentos aprovados em assembleia dos membros.

Os estatutos do partido definem, nesta perspetiva, os órgãos sociais e respetivas funções, bem como o funcionamento das diversas estruturas, dos membros, dirigentes e militantes, estabelecendo balizas, responsabilidades e critérios de atuação para todos.

Dito de outro modo, um partido é um corpo com vários membros e cada membro tem a sua função e a sua responsabilidade. E nenhum membro é mais importante do que o outro, porque são complementares e interdependentes.

Quando, em finais de 2014, o povo do partido, ou seja, o verdadeiro dono do PAICV, foi chamado para escolher a liderança, uma certa elite resolveu não aceitar a escolha do dono, desrespeitando o poder soberano e estatutariamente incontestável deste. Estranho, mas aconteceu!

Pode até ser compreensível a posição desta elite, sobretudo para quem lhes conhece a dependência material, psicológica, e a sede de estar ligada às tetas político/partidárias. Ademais, de quem esteja atormentado, espera-se um pouco de tudo. Porém, esta teimosia já se tornou aborrecida e inadmissível, percorridos cerca de 50 meses desde este julgamento político-partidário.

Há um princípio divino que recomenda que as lideranças devem ser respeitadas. Assim ensina a Bíblia Sagrada. Sobretudo porque nunca se viu, até hoje, lideranças consensuais. Nem no Céu. O lúcifer, que era grande amigo e confidente de Deus, certo dia desafiou a liderança deste.

Tendo desobedecido um princípio que é sagrado – o respeito pelas lideranças – e teimosamente permanecia na sua posição, acabou expulso. Ele e os que com ele conspiravam contra a liderança constituída.

É certo que ninguém há de querer com isso defender que a elite atormentada do PAICV – que desde 2014 anda a conspirar contra a liderança constituída pelo dono do partido, os militantes - deve ser expulsa. Não! E nem é porque há quem possa achar que é uma posição antidemocrática. Nada disso. Todos os militantes gozam de iguais direitos para ser eleito nos  órgãos do partido. Democraticamente. De modo que, neste particular, as regras são claras.

Certamente, querer-se-á com esta chamada de atenção, alertar a este grupo, a esta elite, no sentido de respeitarem a vontade do dono do partido, que escolheu soberanamente uma liderança para a sua organização.

Porque o verdadeiro dono dos partidos são os seus militantes. Não há volta a dar. O incomodado que se retire, então!

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Redação