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Turismo. Olavo Correia espera menor impacto possível da falência da Thomas Cook
Economia

Turismo. Olavo Correia espera menor impacto possível da falência da Thomas Cook

O vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, disse esta segunda-feira, 23 de setembro, que o Governo espera que a falência do operador turístico britânico Thomas Cook tenha o menor impacto possível no país que, considerou, precisa diversificar as suas fontes emissoras de turistas.

"Estamos a gerir todo esse processo e esperemos que tenha o menor impacto possível na economia cabo-verdiana", disse o ministro, que falava aos jornalistas, na cidade da Praia, após conferir posse ao novo conselho de administração do Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSi), presidido por Carlos Pina.

Para o governante, a falência do operador britânico é um desafio, mas também poderá vir a ser uma oportunidade, desde que o processo seja bem gerido.

Em relação a Cabo Verde, o também ministro das Finanças disse que deve apostar na competitividade e na diversificação do turismo, dos operadores e das fontes emissoras de turistas, para que o país possa ser resiliente em relação aos choques em contexto de economia competitiva.

"É um desafio que se coloca desde sempre. Temos que diversificar os operadores, as fontes de turismo, as ofertas, por forma que possamos ter uma economia mais pujante, não só ao nível do turismo, mas em outros setores de atividade económica", sustentou Olavo Correia.

"Temos de ter uma economia mais resiliente e esta é a aposta. Estes momentos acabam por nos dar abordagem e informações no que tanque à necessidade de acelerarmos quanto à diversificação da economia cabo-verdiana", completou o governante.

Questionado se a falência do operador britânico vai afetar a meta do Governo de atingir um milhão de turistas em 2021, Olavo Correia respondeu que não, explicando que sai um operador, mas outros podem entrar e há outros que podem compensar o mercado.

"Desde que haja oferta e procura, seguramente que o mercado fará o equilíbrio, mas há um momento de curto prazo que temos que gerir com determinação, com responsabilidade e o Governo está a fazê-lo e espero que o impacto venha a ser o menor possível e consigamos rapidamente garantir um processo de transição, com normalidade e continuarmos a fazer aumentar a procura turística por Cabo Verde", finalizou o vice-primeiro-ministro.

Com 26,6% do total das entradas, o Reino Unido foi o principal mercado emissor de turistas para Cabo Verde no segundo trimestre deste ano, seguido de Portugal (12,1%), França (11%), Alemanha (10,9%), Bélgica e Holanda (8,4%).

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), de abril a junho deste ano, o número de turistas em Cabo Verde aumentou 7%, face ao mesmo período do ano passado.

Em 2018, entraram no país um total de 765 mil turistas e a meta do Governo é fazer chegar esse valor a um milhão por ano até ao final da legislatura, em 2021.

O operador turístico britânico Thomas Cook anunciou hoje falência depois de não ter conseguido encontrar, durante o fim de semana, fundos necessários para garantir a sua sobrevivência e, por isso, entrará em "liquidação imediata", de acordo com um comunicado divulgado no 'site' do grupo.

As autoridades terão agora que organizar um repatriamento maciço de cerca de 600.000 turistas em todo o mundo, incluindo 150.000 para a Grã-Bretanha.

A grave situação financeira da empresa teve impacto imediato junto de clientes que gozam pacotes de férias no exterior, que não conseguiram sair dos complexos turísticos sem pagar os valores das estadias, mesmo depois de terem pago a estadia à Thomas Cook.

O grupo precisava de arrecadar 200 milhões de libras (cerca de 227 milhões de euros) em fundos adicionais, reivindicados pelos bancos, como o RBS ou o Lloyds.

A empresa, com 178 anos de atividade, tinha previsto assinar esta semana um pacote de resgate com o seu maior acionista, o grupo chinês Fosun, mas tal foi adiado pela exigência dos bancos que o grupo tivesse novas reservas para o inverno.

Com Lusa

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